sexta-feira, maio 11, 2007

Primeiro Santo Brasileiro



O papa Bento 16 canonizou nesta sexta-feira, em cerimônia no Campo de Marte (zona norte de São Paulo), o frei franciscano Antônio de Sant'Anna Galvão, o frei Galvão. Ele é o primeiro santo nascido no Brasil.Antônio de Sant'Anna Galvão nasceu em uma família rica e influente em Guaratinguetá (176 km a nordeste de São Paulo), em 1739. Na cidade, atualmente existe um museu com seus pertences. A instituição é gerida por José Carlos de França Maia, 77, promotor público aposentado e descendente de um dos dez irmãos do santo.Na cidade de São Paulo, o santo brasileiro fundou, em 1774, o atual Mosteiro da Luz. A devoção ao frade, agora santo, é sintetizada pela busca por suas pílulas, que teriam o dom de facilitar partos e curar doenças.VidaAos 13 anos, Antônio de Sant'Anna Galvão foi enviado para estudar no Colégio de Belém, de padres jesuítas, na Bahia.Ele queria ser jesuíta, mas foi aconselhado por seu pai a entrar para os franciscanos --que tinham um convento em Taubaté, perto de Guaratinguetá-- devido à perseguição contra a Ordem pelo Marquês de Pombal.Aos 21 anos, ele entrou para o noviciato na Vila de Macacu, no Rio. Os votos solenes foram feitos em 16 de abril de 1761 e foi admitido à ordem sacerdotal um ano depois.Em 1762, foi transferido, já ordenado, para o Convento de São Francisco, no centro de São Paulo, onde permaneceu por 60 anos.Antônio de Sant'Anna Galvão foi arquiteto, mestre de obras e pedreiro. O mosteiro da Luz, que construiu, foi declarado patrimônio cultural da humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), de acordo com informações da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).O frade morreu em 1822. Mesmo após sua morte, a devoção a frei Galvão aumentou e, em 1938, começou o primeiro processo para a canonização do frade, que não seguiu adiante.O processo foi reaberto em 1986, e o primeiro milagre atribuído ao frade por causa das pílulas (a cura de uma menina) recebeu reconhecimento do Vaticano em 1998. O papa João Paulo 2º fez do frade um beato.Oito anos depois, um segundo milagre (a salvação de mãe e filho em uma gravidez cientificamente improvável) foi confirmado por Bento 16, que anunciou a canonização.

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